Episódio 1
Descrição e transcrição do episódio
Neste episódio inaugural, recebemos Isabela de Jesus para falar sobre o Plano de Capacitação 2022-2023 da Prefeitura de Niterói, voltado a desenvolver competências estratégicas e transversais para servidores do município.
Isabela é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) do Estado do Rio, aluna da Rede Vetor Brasil e ocupou o cargo de diretora da Escola de Governo e Gestão (EGG) da Prefeitura de Niterói.
Ela conta sobre os desafios, erros e aprendizados desse projeto de gestão de pessoas no setor público, que tem como foco a aproximação com a realidade de cada servidor através de uma metodologia inovadora: o texto-vivo.
[CLAUDIONEI ABREU] Oi, gente! A gente tá muito feliz por ter você aqui conosco neste primeiro episódio do podcast Minutos de Inovação!
Nesse novo projeto da Escola de Governo e Gestão, a nossa EGG, a gente vai falar um pouco sobre os projetos inovadores que contribuem para a melhoria dos serviços públicos.
[VINHETA DE ABERTURA]
[CLAUDIONEI ABREU] Meu nome é Claudionei Abreu, eu faço parte da equipe de educação da Escola de Governo e Gestão da Prefeitura de Niterói e vou apresentar esse episódio junto com a Marina Ramos, que faz parte da equipe de inovação da Escola.
[MARINA RAMOS] Oi, pessoal! É um prazer estar aqui com vocês!
[CLAUDIONEI ABREU] Hoje, a gente vai falar sobre o Plano de Capacitação para os servidores de Niterói que foi desenvolvido pela EGG.
Marina, quem é a nossa convidada de hoje?
[MARINA RAMOS] Nossa convidada de hoje é a Isabela de Jesus. Ela é especialista em políticas públicas e gestão governamental do Estado do Rio de Janeiro, aluna da Rede Vetor Brasil e ocupou o cargo de Diretora da Escola de Governo e Gestão da Prefeitura de Niterói.
Isabela, conta um pouco mais sobre a sua trajetória no setor público, o que te trouxe pra EGG?
[ISABELA DE JESUS] Eu acredito que as pessoas movem as organizações e é por isso que eu tenho me dedicado a essa agenda de gestão estratégica de pessoas nos últimos cinco anos. Eu busco sempre me conectar com pessoas que também acreditam que o desenvolvimento pessoal e profissional dos servidores públicos é uma potência de transformação social em escala. E aí, por acreditar nisso, por estar dedicada a essa agenda, eu não vejo, assim, um outro lugar para estar mais feliz do que aqui liderando a Escola de Governo como eu tô agora!
[CLAUDIONEI ABREU] Isabela, conta um pouco pra gente do Plano de Capacitação que foi desenvolvido pela EGG. O quê que motivou a criação desse projeto? E como foi o percurso até chegar na etapa de lançamento?
[ISABELA DE JESUS] Nossa Escola de Governo é responsável pela política de desenvolvimento dos servidores da Prefeitura de Niterói, pelas iniciativas de atualização, de aperfeiçoamento de desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos servidores. E a elaboração do novo Plano de Capacitação seguiu um percurso um pouco diferente do anterior. A gente fez oficinas imersivas, facilitadas pelo Laboratório de Inovação (LabNit), com representantes de vários órgãos da Prefeitura, além das entrevistas com as lideranças. Em seguida, a gente desenvolveu os nossos inventários de competências específicas e das redes da Prefeitura, com base nessas competências que os nossos servidores apontaram como necessárias. Após a criação desse inventário, a gente preparou um questionário para identificação dos gaps dessas competências transversais, das redes, de liderança… Classificando essas competências entre estratégicas e básicas. A partir daí, da identificação desse gap, a gente montou diversas trilhas pensadas por perfis, por níveis de especialização que estão descritas, né, mais sistematizadas, explicadas as motivações dessas trilhas, dos gaps, a classificação do gap, do inventário… Tá tudo explicado no texto do nosso Plano de Capacitação, que está disponível no site da Escola (www.egg.seplag.niteroi.rj.gov.br). Eu sempre me enrolo para falar isso, gente (risos).
[CLAUDIONEI ABREU] A Escola de Governo e Gestão de Niterói já desenvolveu Planos de Capacitação anteriores a esse atual do biênio 2022/2023.
Mas o que eu queria saber é: na sua visão, qual é o principal fator que torna esse Plano de Capacitação, o atual, um projeto inovador e diferente dos demais? Tanto dos que já foram desenvolvidos pela Escola, quanto de outros municípios.
[ISABELA DE JESUS] Eu acredito que o diferencial desse Plano foi a participação de servidores de outros órgãos da Prefeitura, ou seja, do nosso público-alvo, em diferentes etapas do processo de construção, tanto do Plano de Capacitação, quanto agora no desenvolvimento dos conteúdos das trilhas. Essas oficinas imersivas, elas contaram, como eu falei, com a participação de diversos servidores. A gente levantou com eles o quê que eles sentiam falta na atuação deles, o quê que melhoraria a segurança deles nas suas rotinas de trabalho. Pra trazer isso para o inventário. E agora, quando a gente tá construindo as trilhas de capacitação, a gente conta com a participação deles para definição das ementas, na elaboração dos roteiros, pra que a gente crie conteúdos que sejam sob medida para os nossos servidores e adequados ao nosso contexto.
[MARINA RAMOS] Dá para perceber que é um projeto com várias etapas de planejamento. E ao longo dessa jornada de desenvolvimento do Plano de Capacitação, certamente foram registrados vários “erros”, que a gente chama de aprendizado, carinhosamente, assim como todo o processo de inovação. O LabNit sabe bem disso (risos).
E aí a gente está curioso aqui para saber, na sua visão, qual foi o maior desafio encontrado durante a execução do projeto? E como que vocês aprenderam com ele?
[ISABELA DE JESUS] Ihhh… hahaha! Foram VÁRIOS desafios, gente!
Eu queria destacar dois que são pontos de muita atenção para os próximos planos: o primeiro em relação às oficinas de construção do inventário de competências. Eu acredito que a nossa equipe partiu do pressuposto de que essa linguagem de inventário de competências, de construir um inventário de competências, fosse apropriado pelos nossos servidores. Para realização das oficinas, muito embora a gente tenha preparado um guia com exemplos de inventário, a gente viu que os servidores não tinham apropriação em relação a isso. Enfim, é um ponto de atenção para os próximos. E o outro ponto também que a gente teve que ter uma flexibilidade, mudar nossa rota, foi a identificação de que uma intenção nossa de produzir vídeos, desses conteúdos audiovisuais educacionais, seria um contrato milionário. Então a gente teve que fazer uma mudança de rota nesse caminho e internalizar pra nossa equipe o desenvolvimento desses produtos, que em princípio a gente tinha pensado em contratar uma empresa para desenvolver. Isso significou uma mudança de rota nos nossos planos.
[CLAUDIONEI ABREU] E com certeza também tiveram os pontos positivos, né? Eu queria que você falasse um pouco mais sobre esses aprendizados positivos e que podem ser levados tanto para projetos futuros e que também podem se replicados por outros municípios que queiram desenvolver projetos semelhantes ao que foi desenvolvido pela EGG.
[ISABELA DE JESUS] Sem dúvida, o nosso grande aprendizado e, assim, o sucesso do nosso plano e das nossas iniciativas, tem muita relação com o fato de a gente trabalhar pensando sempre no servidor, no nosso público-alvo. E isso faz muito sentido, ainda mais tendo o Laboratório de Inovação dentro da nossa Escola de Governo. A gente tem uma preocupação muito grande em construir de forma participativa, da produção coletiva. A gente entende que tudo que a gente produz coletivamente tem mais legitimidade na Prefeitura. Então, quando a gente inclui os nossos servidores e as nossas servidoras desde o início do processo de construção do plano, passando pela criação das ementas e do desenvolvimento do conteúdo, a gente aposta que lá na frente a evasão vai ser menor, os servidores estarão mais engajados e mais envolvidos com a disseminação desse conteúdo. Ela é uma aposta, mas é uma aposta, assim, muito bem pensada, que é fundamentada na ideia de que se você envolve o público beneficiário no processo, é um processo mais forte que tem muito mais chance de dar certo. Inclusive por oportunizar críticas, porque se o servidor ele tá dentro do processo, ele também se sente mais à vontade de apontar como que ele quer ver aquele conteúdo, como que faz mais sentido para ele… E a gente trabalha pelo servidor, pela motivação do servidor, pelo desenvolvimento de servidor… Então, por que não trazer nosso corpo técnico pra dentro desse processo? Além de tudo, a nossa Prefeitura é uma Prefeitura que preza pela participação. Se a gente fala de trazer o cidadão para elaboração das políticas públicas, da priorização dos nossos projetos, por que não trazer os nossos servidores para os nossos projetos da Escola de Governo?
[CLAUDIONEI ABREU] E pra quem tá acompanhando a gente ficar um pouquinho ainda mais por dentro sobre o Plano de Capacitação… Explica um pouco pra gente como que esses conteúdos estão sendo disponibilizados para os servidores? Porque a gente também sabe que tem uma metodologia inovadora. E, então, explica um pouquinho sobre isso para gente.
[ISABELA DE JESUS] Desde o ano passado que a gente lançou cinco trilhas… seis trilhas, desculpa, do nosso novo plano de capacitação. A primeira delas foi a “Embarque na Prefeitura”, que é uma trilha dedicada pra lideranças da Prefeitura, mas que é recomendada para todos os servidores, por alinhar os conteúdos mais transversais da Prefeitura. Lançamos também cinco certificações das nossas redes (planejamento, orçamento, controle interno, agentes de contratação e processo eletrônico também). Vamos lançar outras trilhas também ao longo desse ano de 2023, ao todo serão 9. Outras redes – Escritório de Gestão de Projetos, TIC, Transparência, Governo Digital, Atendimento ao Cidadão. Além de outras quatro trilhas, que são desenvolvidas também pela nossa equipe, também em parceria com outros servidores, outras áreas da Prefeitura, voltadas para aqueles gaps que eu falei que são transversais (Direito Administrativo, Sistemas da Prefeitura, Liderança para o Futuro e Gestão Mão na Massa). Além de outros cursos livres, algumas outras parcerias que a gente desenvolve tanto interna na Prefeitura, com a Procuradoria, com a Controladoria, por exemplo, como com instituições de ensino superior, como a parceria hoje que a gente tem com a nossa Universidade Federal Fluminense (UFF), com vários cursos que a gente chama de “cursos livres” para trazer debate, renovação, novos temas e aguçar a criatividade dos nossos servidores. E aguçar que a gente busque mesmo o nosso desenvolvimento, afinal de contas, a gente tá num contexto de muita transformação e que a gente precisa se preocupar em estar em constante desenvolvimento, estudando, se atualizando, ficando atento ao nosso contexto.
[MARINA RAMOS] E por falar em engajamento de servidor, eu fiquei sabendo que vocês escolheram um modelo diferenciado para poder disponibilizar esse tipo de conteúdo na plataforma, o chamado “texto vivo”. Foi um passarinho aqui que me contou, mas eu queria que você desse mais detalhes sobre como que esse modelo funciona. Porque pelo que eu entendi, não é muito usual da Prefeitura a gente ter esse tipo de conteúdo disponibilizado dessa forma.
[ISABELA DE JESUS] Então, os textos vivos eles são o seguinte: quando a gente faz um curso EaD, uma possibilidade seria colocar aquele texto em formato Word… Só que não fica um conteúdo muito interativo, muito dinâmico. Como o próprio nome diz “texto vivo”, ele permite que a gente acrescente determinadas funcionalidades no texto que tornam ele mais dinâmico. A gente pode acrescentar vídeos, pode acrescentar gifs, pode acrescentar atividades no meio dele… Então, você classificar algumas questões em verdadeiro ou falso, completar palavras, ligar um conceito ao significado dele… Enfim, são formas de a gente tornar aquele conteúdo mais visual, mais dinâmico e, assim, conquistar o engajamento do leitor, já que a gente está trabalhando o conteúdo de forma assíncrona, né? Então, a gente faz o que é possível pra captar a atenção de quem tá do outro lado da telinha.
[MARINA RAMOS] E por falar em onde a gente quer chegar, a gente queria saber também o que que a gente pode esperar dos próximos passos desse projeto, onde vocês esperam chegar… Dá um spoiler aí pra gente do que que vem por aí.
[ISABELA DE JESUS] Pra esse ano a gente ainda tem bastante trabalho do Plano de Capacitação. Nós temos nove trilhas para serem lançadas, cinco delas são voltadas para as certificações das redes, pra esse ano. E temos as outras quatro que são trilhas, como eu falei, dos temas que onde estão os maiores gaps que a gente identificou (Direito Administrativo, Liderança para o Futuro, Gestão mão na massa e os Sistemas da Prefeitura). Também já estamos preparando o nosso calendário de cursos livres desse ano… E tem coisa boa vindo por aí, não quero ficar dando também muito spoiler não (risos).
[CLAUDIONEI ABREU] Bom, pessoal! A gente está chegando no final do primeiro episódio do podcast Minutos de Inovação. E em nome da nossa equipe, eu agradeço a você que teve com a gente até aqui no final, e a gente já tá ansioso pela sua companhia nos próximos episódios.
Isabela, muito obrigado pela sua participação e por compartilhar com a gente todos esses aprendizados e conhecimentos.
[ISABELA DE JESUS] Eu que agradeço o convite! Queria convidar todos os nossos servidores a acessar a página da escola, a favoritar nossos canais no Instagram, no Facebook… Porque é por ali que a gente divulga as novidades, que a gente divulga nosso boletim, nossos cursos… Enfim, me sinto muito honrada de liderar essa Escola, liderar essa equipe e compartilhar nossos erros, nossos aprendizados, porque é assim que a gente vai se desenvolvendo, né?
[MARINA RAMOS] Bom, esse episódio foi apresentado por mim, Marina Ramos, e pelo Claudionei Abreu. Com direção e edição de Matheus Ataliba.
Diretamente aqui da terra de Araribóia.
Aguardem os próximos, Minutos de Inovação!
[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

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